Com a economia em desaceleração, não será mais tão
fácil pedir demissão sempre que o profissional se sentir contrariado
JOVENS
DA GERAÇÃO Y: FUNCIONÁRIOS COM POUCAS HABILIDADES EMOCIONAIS (FOTO: THINKSTOCK)
Até agora, os brasileiros da
geração Y (aquela formada por pessoas que nasceram entre 1980 e 1990)
não passaram por umacrise econômica de peso desde que se formaram.
“Se você pedisse demissão hoje e fosse um profissional bem formado, amanhã já
tinha outro emprego. Isso não vai mais acontecer com tanta facilidade”, diz
Flávia Leão, gerente da Korn Ferry/Hay Group, uma das maiores empresas de recrutamento
e desenvolvimento de lideranças. O cenário econômico desafiador exigirá uma
nova postura da geração Y no mercado de trabalho.
A seguir, algumas habilidades que
serão fundamentais nesse momento:
Resiliência: os jovens precisarão
entender que não vão crescer dentro da empresa na velocidade que esperavam, nem
ter as recompensas financeiras que imaginavam. Em momentos de crise, por maior
que seja o esforço, nem sempre o resultado será o idealizado.
Otimismo: apesar de a crise trazer
uma certa descrença, as pessoas precisam se manter animadas e acreditar que é
possível obter bons resultados, mesmo em períodos de menor crescimento
Cooperação: em um momento de recessão, é
preciso unir forças dentro da organização. A geração Y tende a ser menos
cooperativa e focada no resultado de seu esforço individual. “Agora, o
trabalho em grupo é extremamente necessário para encontrar soluções criativas”,
afirma Flávia Leão da RH X Geração
Y
No mundo inteiro, os profissionais de
recursos humanos quebram a cabeça para encontrar formas eficientes de motivar e
engajar os funcionários da geração Y, também chamados de "milênios".
Para entender um pouco melhor o que se passa na cabeça desses jovens, o Hay
Group realizou uma pesquisa com 450 profissionais de RH e 450 recém-formados da
índia, China e Estados Unidos. As entrevistas tiveram como foco perguntas
relacionadas às habilidades sociais e emocionais dos candidatos.
As três principais descobertas da
pesquisa foram:
1.
Embora os profissionais de RH consideram que habilidades sociais
e emocionas são cruciais para o sucesso das empresas, os
recém-formados não acreditam que isso seja tão importante
2.
As empresas estão penando para atrair e reter jovens
profissionais com habilidades sociais e emocionais bem desenvolvidas
3.
Os esforços para resolver essas questões não estão surtindo
resultados
Além disso, a pesquisa também apontou
que:
85% dos diretores de recursos
humanos acreditam que habilidades sociais e emocionais e não habilidades
técnicas são o verdadeiro diferencial
79% deles dizem que recém-formados que não desenvolverem essas habilidades não terão espaço nas empresas
79% deles dizem que recém-formados que não desenvolverem essas habilidades não terão espaço nas empresas
73% acreditam que menos de um
quarto dos recém-formados contratados possuem as habilidades sociais e
emocionais que a empresa deseja
Já a geração Y pensa que...
69% dos recém-formados
entrevistados acreditam que as habilidades sociais e emocionais atrapalham o
trabalho
49% afirmam que os superiores não
dão ouvidos às suas ideias
52% sofrem para construir relações
no ambiente de trabalho
À primeira vista, a pesquisa pode
indicar que os recém-formados são muito exigentes e até "mimados".
Mas Flávia Leão, do Hay Group, diz que o maior problema é que essa geração é
incompreendida. Os profissionais de recursos humanos também têm sua parcela de
responsabilidade sobre a falta de engajamento dos recém-formados.
Segundo a gerente da Korn Ferry Hay
Group, os profissionais continuam usando ferramentas antigas para desenvolver o
comprometimento e engajamento da geração Y. Os "milênios" se engajam
por outros motivos. “O RH continua achando que basta ter uma boa política de
remuneração para aumentar o comprometimento desses jovens, mas isso não
funciona. A motivação deles é outra". O que motiva então essa geração?
“Eles são mais conectados com os valores e propósitos da empresa”, explica
Flávia Leão.
fonte: aqui