Família: Os pais devem começar a educar os filhos desde cedo para que
eles conquistem a independência financeira
A proporção de
filhos que continuam morando na casa dos pais na faixa dos 24
aos 35 anos passou de 21,2% em 2004 para 24,5% em 2013, segundo o IBGE. O
dado pode preocupar alguns pais que esperam que nessa idade seus filhos já
tenham conquistado sua independência financeira e eles a tranquilidade da
aposentadoria.
Segundo
especialistas em educação
financeira, continuar a oferecer o mesmo conforto que os
filhos tinham durante a infância na fase adulta é um erro que deve ser evitado.
Em vez de se apoiar
no argumento de que hoje os filhos têm mais dificuldade de sair de casa, seja
pelos altos custos dos imóveis ou pela maior competitividade do mercado de
trabalho, os pais devem agir para encurtar a estadia dos jovens
em casa.
Quanto mais cedo o
filho aprender a ter responsabilidades com relação ao dinheiro, a liberdade
financeira será encarada de forma mais natural e sem constrangimentos.
Confira a seguir
algumas dicas para que seu filho aprenda a andar com suas próprias pernas:
1) Use a mesada
para ensiná-los a administrar o dinheiro
A mesada é um
importante instrumento de educação
financeira, mas não basta entregar o dinheiro todo mês na mão
dos filhos sem fazer nenhum tipo de orientação.
Desde cedo, é
importante mostrar a importância de fixar objetivos de poupança e cumprir
prazos. Os pais podem ensinar as crianças, por exemplo, a usar o dinheiro para
pagar o lanche da escola sem deixar que o valor acabe antes do fim da
semana.
Incentivá-los a
guardar um pouco da mesada todo mês para comprar um brinquedo no final do ano
também pode ser uma boa estratégia para mostrar os benefícios que o hábito de
poupar pode trazer.
Os esclarecimentos
conscientizam o jovem e evitam conflitos, segundo Celina Macedo, educadora
financeira e autora do livro “Filhos: seu melhor investimento”
(Campus/Elsevier). “É um modo de impedir que o filho selecione por sua conta o
uso do dinheiro”.
2) Ensine a ter
paciência
Caso o jovem faça
um pedido adicional de dinheiro, que ultrapasse o limite da mesada, é o
momento de ensiná-lo a ter paciência para aguardar o melhor momento para a
aquisição.
Dizer não nunca é
uma tarefa fácil para os pais, mas é a melhor forma de preparar os filhos para
aceitar as negações que eles terão de lidar durante sua vida adulta.
Outro caminho pode
ser incentivar seu filho a se esforçar para conseguir o que ele deseja.
O conselho pode ser
para que ele arranje um trabalho durante as férias escolares ou para que ele
faça alguma tarefa remunerada, como lavar o carro da família durante
determinado período. “A cooperação ensina que é necessário esforço para atingir
objetivos”, diz Celina.
3) Entrada na
faculdade é divisor de águas
Assim que o jovem
ingressar na faculdade, é hora de incentivá-lo a buscar estágios e experiências
profissionais remuneradas.
A educadora
financeira Cássia D´Aquino recomenda que os pais coloquem alguns prazos
para que o filho comece a ajudar, aos poucos, a pagar as mensalidades ou as
despesas com materiais da faculdade.
Quando o jovem
iniciar o trabalho remunerado, é hora de diminuir a mesada ou até cessar o benefício.
“A mudança não deve ser encarada como punição, mas deve ser comemorada e
explicada pelos pais como uma passagem para a vida adulta”, diz Cássia.
4) Recompensas
devem ter condições
Pais que queiram
gratificar os filhos, seja porque passaram em um vestibular concorrido, ou
porque conseguiram um bom emprego, devem dar algo que eles desejam, e não algo
que o filho exija.
Caso a opção seja
por um carro,
por exemplo, Celina recomenda que o modelo do veículo seja simples e que a
família aproveite para anunciar que todos os custos relacionados ao presente
deverão ser pagos pelo jovem. “É um modo de ensiná-lo a dar valor às
conquistas”.
5) Comece a dividir
as contas da casa
Com o primeiro
salário na mão, além de repassar ao filho a responsabilidade pelas suas
despesas, como a mensalidade da academia de ginástica e a conta do celular, os
pais também devem incentivar a divisão de contas da casa.
Pedir que o filho
compre itens para o café da manhã da família já faz diferença, diz Celina
Macedo.
Cássia D'Aquino
também recomenda que sejam dadas algumas opções de contas fixas da residência
para o jovem começar a pagar.
Para ela, isso deve
acontecer independentemente da condição financeira da família. “A
participação do filho no orçamento familiar faz parte da educação dada pelos
pais. Portanto, deve ser encarada como um símbolo, não apenas como uma
necessidade”, afirma Cássia.
Repassar gastos e
despesas familiares aos poucos é um jeito de driblar o sentimento de que o
filho “está sendo enxotado de casa”, diz Celina.
6) Evite ao máximo
concessões
Diante de eventuais
descontroles do filho com relação ao dinheiro, tanto da mesada, como do
salário, os pais devem ser firmes para não ceder a pedidos extras.
Caso se rendam às
pressões, o jovem pode passar a pedir empréstimos para
os pais com a vantagem de não pagar juros,
como no banco. "Isso não é saudável, porque mais cedo ou mais tarde eles
terão de encarar as taxas cobradas pelo banco”, diz Celina.
Concessões pontuais
podem ser feitas, contanto que seja exigida uma contrapartida, completa a
educadora. “Os pais podem liberar um valor a mais caso o filho ajude com algo
em casa”.
De qualquer forma,
Cássia D'Aquino recomenda que os pais expressem o desconforto com a situação e
que deixem claro que ela não deve voltar a acontecer.
7) Casal deve entrar
em acordo
O casal deve
concordar sobre o modo como irão incentivar o filho a encarar suas
responsabilidades financeiras. Caso contrário, podem provocar conflitos.
"Se a mãe ou pai ajudar o filho mais do que deve, o jovem pode começar a
se aproveitar da situação", diz Cássia.
Para não caírem no
erro de voltar atrás depois de tomar uma decisão, os pais devem estar
convencidos dos benefícios que a educação financeira trará aos seus
filhos
Fonte:Clique aqui
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