Escolha cooperativismo. Escolha
equidade. Este
é o tema do 93º Dia Internacional do Cooperativismo, divulgado pela Aliança
Cooperativa Internacional (ACI). A data, neste ano, será celebrada em 4 de
julho.
Em nosso mundo globalizado a
desigualdade está em ascensão.
O hiato na renda mundial tem
aumentado ao longo dos últimos anos. Um relatório recente do Credit Suisse
estima que o um por cento mais rico da população mundial concentra quase metade da
riqueza total do mundo, enquanto metade das pessoas do planeta detém menos de
um por cento da riqueza mundial.
No
entanto, a desigualdade se apresenta em diversos tons, podendo se aplicar às
características étnicas e regionais ou a aspectos pessoais, como sexo ou idade.
Precedendo a equidade no direito ao voto entre homens e mulheres, a igualdade
de gênero tem sido um direito fundamental em cooperativas desde o seu início,
na primeira metade do século 19.
A
hierarquia tipicamente plana das cooperativas incentiva uma cultura de trabalho
em equipe, onde o talento é recompensado ao invés de competitividade.
Como a desigualdade afeta a todos
nós
A
desigualdade é um tema relevante pois influencia nossas percepções sobre
auto-estima e justiça. Todos os seres humanos têm direito ao mesmo respeito e à
mesma dignidade. No entanto, a desigualdade traz graves consequências
socio-econômicas e de segurança.
§ Prejudicial para a economia – A desigualdade retarda
o crescimento do PIB, o que dificulta a acumulação de capital humano, corrói
resultados educacionais e perspectivas econômicas de longo prazo, especialmente
para as pessoas de baixa renda.
§ Prejudicial para a nossa
infraestrutura – Quando excluídos, os indivíduos não são capazes de participar
nas instituições que formam a sociedade. Exemplos disso são a capacitação
médica, indústrias que requeiram trabalhadores qualificados, ou as áreas de
crédito e seguros.
§ Prejudicial para a nossa
segurança – Os impactos sociais da desigualdade incluem desemprego,
violência, crime, humilhação, degradação do capital humano e exclusão social. A
desigualdade afeta negativamente a participação democrática, fomentando a corrupção e o
conflito civil.
§ Prejudicial para a democracia – Politicamente, a desigualdade
corrói a justiça das instituições e agrava o problema da responsabilização
dos governos. Quando as instituições sociais já são frágeis, a
desigualdade desestimula ainda mais a vida cívica e social que sustenta a tomada
de decisão coletiva, necessária para o funcionamento de sociedades saudáveis.
Como o
cooperativismo pode contribuir
1.
Todos são donos – expandindo o conceito de propriedade, as cooperativas são uma
força comprovada para a inclusão econômica e social. Se o modelo coperativista
continuar a crescer, a desigualdade será reduzida.
2.
Aberta a todos – Uma cooperativa é aberta a todos, seja homem ou mulher, jovem ou
idoso, qualquer pessoa pode participar.
3.
O poder de decisão não está vinculado à riqueza – Todos têm igual poder
de decisão (voto equivalente), independentemente do capital.
4.
Igualdade também significa acesso igual aos bens – A Organização das
Nações Unidas (ONU) reconhece como estratégia crítica, a nível nacional,
assegurar o acesso universal a bens e serviços básicos de boa qualidade, o que,
por sua vez, é o próprio propósito de uma cooperativa.
A
Organização das Nações Unidas afirma a importância de se assegurar que a oferta
realmente chegue às camada excluídas da população. As cooperativas se
concentram em atender as necessidades de seus membros, ao invés de focar apenas
no retorno financeiro.
O
movimento cooperativista apresenta uma combinação única entre alcance global e
conduta empresarial baseada em pessoas. Podemos desempenhar um importante papel
na redução da pobreza. As cooperativas auxiliam na redução da desigualdade ao
empoderar as pessoas e ao oferecer a elas uma forma digna e sustentável de
ganhar a vida.