domingo, 27 de janeiro de 2013

Rentabilidade em 2012: caminhos opostos para agricultura e pecuária


Todo começo de ano a Scot Consultoria calcula as rentabilidades das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital, referentes ao fechamento do ano anterior.
Nesta edição da Carta Gestor faremos uma análise destes resultados e uma comparação com os resultados de 2011.
Na liderança
Na liderança tivemos o dólar, ouro e fundos de ações, cujas rentabilidades foram de 9,3%, 15,3% e 16,6%, respectivamente.
 Políticas cambiais que desvalorizaram o real, o melhor ambiente para o Ibovespa em 2012, na comparação com 2011, e a procura por ativos de baixo risco em tempos de crise, foram fatores que colaboraram para o bom resultado do dólar, fundos de ações e ouro, nessa ordem.
 E para as atividades agropecuárias, como foi 2012?

Sobe agricultura de grãos, desce pecuária
Em 2012, houve dois cenários bem distintos para a agricultura de grãos e pecuária.
Dessa forma, as variações das rentabilidades frente ao ano passado caminharam em direções opostas. Melhoria para a agricultura e piora para a pecuária.
Na figura 1 um resumo de todos os resultados calculados para 2012. 

Mesmo diante da piora do cenário para a pecuária, com queda da rentabilidade frente a 2011, a rentabilidade da pecuária leiteira foi de 7,7% ao ano, considerando a atividade de alta tecnologia.
Na sequência aparece a opção da agricultura anual (milho e soja), cuja rentabilidade média foi de 7,0%. Vale ressaltar que a rentabilidade de 10% da soja, puxou a média para cima, sendo isoladamente, o melhor resultado dentre as atividades agropecuárias.
Outro ponto é que, dependendo do momento de venda considerado, em função da forte valorização do grão, esta rentabilidade, em alguns casos, chegou a dobrar em relação ao número apresentado.
Com relação à opção de arrendamento para a cana, a ligeira queda de resultado se deu em função do aumento do preço da terra em São Paulo, em conjunto com a tímida alta do preço do ATR.
Para a pecuária de corte tivemos o melhor resultado para a recria e engorda com aplicação crescente de tecnologia, cuja rentabilidade foi de 5,4% ao ano.
Na tabela 1, os resultados das atividades agropecuárias de 2011 e 2012. Setas azuis indicam melhoria de resultado e as vermelhas, queda de desempenho. 
Analisando a tabela, ficam claras as tendências opostas para agricultura de grãos e pecuária.
Enquanto a agricultura foi beneficiada por preços em alta, a pecuária foi afetada pela pressão negativa sobre as cotações para a pecuária de corte (queda de 4,2% para o boi gordo em São Paulo, considerando as médias de 2011 e 2012) e pela alta dos custos, que impactou severamente a pecuária leiteira, em função dos preços dos grãos.
Apesar da leve alta do preço do leite no ano passado, 1,2% na média nacional ponderada, o aumento dos custos, deixou o resultado da atividade leiteira de baixa tecnologia, ainda mais negativo, com rentabilidade de -2,6%, sendo este o pior resultado para atividades agropecuárias.

Pecuária: cuidados para 2013
Para 2013 o cenário para a pecuária não é exatamente dos mais animadores. A tendência para a pecuária de corte é de permanência em um cenário de mercado ofertado e pressão sobre os preços dos animais terminados e de reposição.
Para o leite, atenção total aos insumos, que iniciaram o ano em um patamar alto de preços frente ao ano passado, principalmente os grãos, importante fatia dos custos. Com relação ao preço do leite ao produtor, a demanda crescente e a concorrência devem manter o mercado sustentado em 2013.
Gestão e planejamento serão as principais armas à disposição do produtor para enfrentar os tempos difíceis.

Colaborou Rafael Ribeiro, consultor da Scot Consultoria

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O poder do dinheiro

http://revistaforum.com.br/blog/2013/01/poder-do-dinheiro-2/

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Cooperativas de crédito devem triplicar a participação no mercado em cinco anos


Números do segmento cooperativista de crédito seguem em curva ascendente, superando a evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Até o terceiro trimestre de 2012, segundo dados do Banco Central (BC), os ativos totais das cooperativas de crédito chegaram a R$ 103,15 bilhões. Atualmente, a participação das cooperativas no total de operações creditícias SFN está em torno de 2,7%. Mas a estimativa é de que em cinco anos esse percentual chegue a 10% ou mais.
Para comparação, se todas as cooperativas de crédito fossem uma única entidade, essa seria o oitavo maior conglomerado financeiro do País. Já no quesito rede própria, com mais de 5.000 postos de atendimento, ocuparia a terceira posição no ranking, atrás apenas do Banco do Brasil e do Bradesco.
Levantamento realizado em setembro do último ano mostra que o sistema de crédito cooperativo possui mais de seis milhões de associados e 1.312 cooperativas. A sua presença é mais forte nas regiões Sul, onde está presente em mais de 87% dos municípios, e Sudeste, na qual 50,7% das cidades possuem uma entidade constituída. Somente em Minas Gerais, existem cerca de 220 cooperativas de crédito.
A expansão do setor nos últimos anos teve como uma das causas a diversificação dos serviços financeiros oferecidos. Além dos empréstimos e financiamentos, elas passaram a operar com cartões de crédito e débito, fundos e investimento, seguros, previdência complementar, consórcios, câmbio, dentre outros. Além de ampliar a variedade de produtos, as cooperativas de crédito também investiram em tecnologia, convergência e comodidade, por meio de operações de débito automático e transações a partir da internet e de smartphones.
Fonte: Valor Econômico e Diário do Comércio – 16/01/2013

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cooperativas de crédito crescem mais que bancos




(Mônica Izaguirre)O ano de 2012 foi bom para as cooperativas de crédito no Brasil. Os ativos dessas instituições romperam a marca histórica da centena de bilhões, alcançando R$ 103,15 bilhões em setembro, segundo consolidação dos balanços enviados no último trimestre ao Banco Central.

Com mais de seis milhões de associados, linha ultrapassada em junho, e um estoque de empréstimos e financiamentos que cresceu mais de 600% nos últimos dez anos, se formassem um banco, o conjunto das cooperativas corresponderia ao oitavo maior conglomerado financeiro do país em ativos totais. Em rede própria de atendimento, seriam o terceiro maior conglomerado, com mais de 5 mil pontos atingidos em novembro, atrás apenas de Banco do Brasil e Bradesco.

A participação nas operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) está em torno de 2%. O percentual sobe em alguns nichos, como financiamentos rurais com recursos livres e empréstimos mediante desconto de títulos, dos quais elas respondiam, respectivamente, por 17,5% e 8,6% do saldo em junho.

Os números foram fornecidos pelo diretor de relações institucionais do BC, Luiz Edson Feltrim, em entrevista ao Valor. Os dados mostram que em 2012, até setembro, o cooperativismo cresceu num ritmo mais forte que o do conjunto do SFN, tanto em ativos totais quanto em saldo de operações de crédito. A velocidade de avanço do patrimônio líquido e dos depósitos captados também superou a média.

Considerando-se apenas as instituições bancárias, universo do qual fazem parte como captadoras de depósitos à vista, as cooperativas também vêm crescendo mais rápido que o conjunto já há vários anos. Com isso, a participação no sistema tem aumentado em relação a diversos indicadores.

O segmento tem crescido em operações, rede e universo de depositantes (necessariamente os próprios associados) apesar da queda do número de cooperativas singulares (que não são cooperativas de cooperativas, estas chamadas de cooperativas centrais).

Após atingir o número de 1.427 no fim de 2007, ano em que ainda houve aumento de cooperativas, a quantidade de instituições caiu nos anos seguintes. Houve redução mesmo com o surgimento de novas cooperativas, pois as que desapareceram foram em maior número. No fim de setembro de 2012, restavam em atividade 1.231, 196 a menos que no fim de 2007.

Um "saudável" processo de concentração para ganhar escala explica o descompasso entre a evolução do número de cooperativas singulares e o crescimento dos demais indicadores do segmento, disse Feltrim. Ao fazer tal afirmação, ele apresentou um levantamento sobre os motivos de desaparecimento de cooperativas entre 2010 e setembro de 2012.

Nesses quase três anos, 172 instituições deixaram de existir, provocando redução líquida de 135 no número total de cooperativas. Precisamente 89, mais da metade, sumiram porque foram incorporadas a outras, informou o diretor do BC, destacando que há um esforço para ganhar escala e, assim, reduzir custos.

Somente três saíram do mercado porque sofreram liquidação extrajudicial pelo BC nesse período. Os cancelamentos de ofício, que somaram 21, também são iniciativa do BC. Mas o diretor explicou que referem-se a cooperativas que desistem de operar sem avisar antes a autoridade supervisora, que vai atrás para saber o que houve, por exemplo, quando deixa de receber relatórios contábeis obrigatórios e regulares.

O restante das 172 saiu do mercado por decisão dos próprios cooperados, mediante processos como liquidação ordinária, mudança de objeto social, extinção, ou por falência (um caso apenas desde 2010).

Chefe do departamento de organização do sistema financeiro por mais de 12 anos, até maio de 2011, Luiz Edson Feltrim integrou o grupo de especialistas do governo cujos estudos se desdobraram, desde 2003, numa profunda mudança no arcabouço normativo do crédito cooperativo no Brasil. Na opinião do diretor, as regras prudenciais adotadas, semelhantes às aplicáveis aos bancos, como a limitação de operações em função do capital, foram um importante fator de crescimento sustentado do segmento nos últimos anos. (Fonte: Valor Econômico)