terça-feira, 4 de agosto de 2009

4 milhões de brasileiros deixaram a pobreza desde 2002, diz Ipea

Quatro milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza entre o ano de 2002 e 2009, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A pesquisa constatou, também, que a crise financeira mundial, que se agravou em setembro passado, não prejudicou o ritmo de redução da pobreza no Brasil.


Em março de 2002, a taxa era de 42,5%, e neste ano a taxa passou para 31,1%, segundo o Comunicado da Presidência do Ipea, que se baseia na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são colhidos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Agência Brasil
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, no anúncio desta terça-feira.

O Ipea constatou que a crise não afetou a pobreza comparando a média nos períodos de outubro de 2007 a junho de 2008 e de outubro de 2008 a junho de 2009. Na primeira data, a taxa de pobreza era de 31,9%. Já no período mais recente, o índice recuou para 31%, mesmo tendo sido esta a fase mais aguda da crise financeira internacional, quando houve forte corte nos níveis de emprego no Brasil. Neste período, o estudo mostra que 503 mil pessoas deixaram a pobreza.

O Ipea avalia que a crise impos restrições à economia brasileira, mas a atual conjuntura tem "algo de novo" se comparado a outras crises. "Ao contrário dos períodos de 1982/83, 1989/90 e de 1998/99, quando a inflexão econômica implicava aumento da pobreza nas regiões metropolitanas, não se observa crescimento na taxa de pobreza desde o último trimestre de 2008."

Desigualdade

No mesmo período, o Ipea notou também uma queda na desigualdade de renda no Brasil. O índice de Gini alcançou seu menor patamar em junho de 2009 nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras e ficou em 0,493. O índice vai de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

Entre janeiro (0,514) e junho de 2009, o índice de Gini caiu 4,1%, a mais alta queda registrada desde o ano de 2002, mostrou o Ipea. De março de 2002 (0,534) até junho de 2009, o índice Gini caiu 7,6%. "Se for considerado o mês de mais alta medida de desigualdade, que foi dezembro de 2002 (0,545), a queda do índice de Gini até junho de 2009 chega a 9,5%", diz o comunidado do Ipea.

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