quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Araquari: do maracujá à BMW


http://www.amanha.com.br/home-internas/3890-araquari-do-maracuja-a-bmw

Sul ganhará R$ 1,3 bilhão com nova distribuição de royalties


http://www.amanha.com.br/home-2/3889-sul-ganhara-r-13-bilhao-com-nova-distribuicao-de-royalties

Fruet tem encontros em Brasília com Gleisi e Álvaro


http://www.esmaelmorais.com.br/2012/11/fruet-tem-encontros-em-brasilia-com-gleisi-e-alvaro/

Mineiros criam a primeira cerveja de cana do mundo


http://economia.ig.com.br/empresas/2012-11-08/mineiros-criam-a-primeira-cerveja-de-cana-do-mundo.html

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A birra de O Globo com os pobres




Não se entende onde o jornal O Globo pretende chegar com sua série "Os mercadores da miséria", criticando os programas sociais, especialmente Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria.
Na chama da série, o jornal promete:
“(...) O Brasil Sem miséria, programa criado pela presidente Dilma para erradicar a pobreza extrema, tem sido alvo frequente de fraudes, revelam Alessandra Duarte e Carolina Benevides numa série de reportagens que O GLOBO inicia hoje".
***
Qualquer realidade complexa - uma grande empresa, um organismo estatal ou privado, um programa de governo - pode ter grandes virtudes e pequenos defeitos; ou grandes defeitos e pequenas virtudes.
Se o veículo for mal intencionado, basta dar destaque aos pequenos defeitos (quando for para denunciar) ou às pequenas virtudes (quando for para enaltecer). E esquecer que existe a estatística para avaliar o peso tanto de um quanto de outro.
***
Se quisesse criticar o modelo de concessão de aeroportos, as dificuldades do PAC (Plano de Ação Continuada), a barafunda burocrática, os desperdícios da administração pública, o jornal teria um bom material jornalístico.
Mas a birra do jornal é com programas voltados aos mais necessitados.
***
A principal "denúncia" de O Globo, manchete principal, foi do gato que recebia como beneficiário e de dono de Land Rover que seria beneficiário de R$ 60,00 por mês.
O que deixou de contar:
1. O fato ocorreu em 2009, muito antes da criação do Brasil Sem Miséria.
2. Toda família matriculada em programas sociais precisa submeter as crianças a exame médico. Quando a família não apareceu, o médico foi atrás da criança e descobriu tratar-se de um gato.
3. Descoberto o golpe, pelos próprios mecanismos do programa, o dono foi denunciado à polícia, está respondendo por dois crimes, inclusive pelo crime de falsidade ideológica.
Tal fato ocorreu há 4 anos e foi objeto de inúmeras reportagens na época. De lá para cá passaram três ministros e dois presidentes pelo programa. Qual a razão de ludibriar assim os leitores requentando uma notícia velha?
***
A outra denúncia, sobre o dono do Land Rover, além de antiga, foi apresentada de forma incorreta. O tal empresário registrou laranjas no BF. Tratava-se de um explorador, que foi identificado e processado.
Outra "denúncia" foi o de uma senhora que afirmou não receber mais o benefício. Vai-se conferir, ela deixou de atualizar seu cadastro. Exige-se a atualização de cadastros justamente para evitar fraudes. Mas o jornal condena o programa por ter gato, e condena por não ter gato.
***
A maioria absoluta dos episódios de fraude relatados foi desvendada pelos próprios sistemas de controle do Bolsa Família. Mesmo que tivessem sido levantados por terceiros, ainda assim são estatisticamente irrelevantes.
Qual a intenção de levantar meia dúzia de casos para desacreditar um programa que assiste a milhões de miseráveis?
Intenção eleitoral, não é. As eleições de 2012 já aconteceram e o BF já está assimilado pelos eleitores. Tanto assim, que o PT não se deu bem no nordeste. Quem quiser coração e mentes desses eleitores, até o governo, daqui para frente terá que oferecer outros benefícios.
Só pode ser birra com pobre.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A aposta da soja


A aposta da soja - Agronegócio - Gazeta do Povo

Juros altos, ainda…



Sozinhos no pedaço
Não existe sustentação teórica ou demonstração empírica para garantir que o Brasil não possa ter uma taxa de juros de 2%
Economistas e analistas do mercado financeiro teimam em afirmar que os juros no Brasil estão exageradamente baixos. São opiniões respeitáveis, de pessoas competentes, mas que deviam reconhecer a tentativa de apenas “chutar o balde”… Não existe nenhuma razão objetiva para dizer que, no Brasil, os juros reais estejam suficientemente baixos. É verdade, os juros se reduziram recentemente (e devem continuar baixando), mas ainda estão muito altos quando confrontados com a realidade mundial. Basta observar a grande maioria dos países.
Hoje temos uma taxa de juros real próxima de 2%, o que nos deixa relativamente longe da taxa de juros real do mercado internacional,às voltas de 2% negativos. O atual diferencial entre o juro real interno e o externo é parecido, portanto, com 4%.
O movimento de capitais continua funcionando. Em um ambiente de política cambial defensiva, aquele diferencial deixa ainda margem para a exploração (no sentido de “pesquisa”, “sondagem”, acompanhando o nosso Aurélio) de oportunidades lucrativas para o capital estrangeiro de curto prazo, principalmente nas atuais circunstâncias em que o mundo ameaça submergir na enxurrada de liquidez produzida externamente.
O Brasil sustentou durante anos (duas décadas ao menos!) a maior taxa de juros real do universo conhecido, estimulando um movimento de capitais especulativos que ajudou a supervalorizar a taxa de câmbio real e aprofundou os inconvenientes da redução global da atividade produzida pelo controle monetário. Quem pagou mais caro por isso foi o setor da manufatura nacional. O diferencial persiste bem menor, mas o controle cambial, a meu ver, retira riscos maiores de movimentos especulativos no curto prazo.
A ideia de que a economia brasileira precisa de juros acima do normal ocupou a mente de um número muito grande de economistas brasileiros, em uma boa época para se ganhar dinheiro, na qual nada do que foi produzido justifica a sua defesa. Não conheci nenhum estudo acadêmico capaz de ser digerido. Li nesse período trabalhos recheados de conteúdo fantasmagórico, verdadeiras barbaridades do ponto de vista teórico, e absurdos do ponto de vista econométrico.
Todos tentando defender a festa dos juros, quando não existe nenhuma estimativa razoável de qual seja a “taxa de juros neutra”, quer dizer a taxa de juros que, eles imaginam, não aceleraria a inflação. Era uma concepção puramente teórica: os países testam até hoje movimentos completamente diferentes, porque o mundo mudou.
A taxa de juros foi posta no nível atual por um erro de política monetária. Havendo uma dúvida sobre o financiamento da dívida pública, foram instituídos papéis com correção diá­ria (Letras do Tesouro Nacional, as LFTs), que agora o governo Dilma está reduzindo.
Não existe nenhuma sustentação teórica ou demonstração empírica para garantir que o Brasil não possa ter uma taxa de juros de 2%. Há argumentos ridículos, repetidos em estudos mais recentes, usando modelos que introduzem o custo-Brasil externo em comparação com a evolução da Libor (a antes “respeitável” London Interbank Offered Rate), que hoje se sabe produziu índices eivados de falsidades. Esperava-se um pouco mais de moderação, de humildade, menos desrespeito ao conhecimento das pessoas.
Qualquer um pode dizer: “Não gosto de juros reais de 2%, prefiro de 5%”, o que é um direito dela até certo ponto respeitável. Absurdo é afirmar peremptoriamente, como se fosse produto de conhecimento científico, que o Brasil não pode ter uma taxa de juros real abaixo de 5%. Isso não existe nem mesmo como convicção religiosa. De ­ciência não tem nada.
A política monetária avançou muito nos últimos anos, desde quando os bancos centrais eram “templos” onde se praticava uma arte esotérica ao alcance apenas de alguns iniciados e era mantida no maior segredo. A prática monetária tinha um dialeto próprio, usado mais para esconder as ideias (quando elas existiam!) do que para explicar os fundamentos das medidas.
Em nossos dias, especialmente na gestão de Alexandre Tombini, que organizou uma competente equipe, passou a prevalecer a transparência e a comunicação aberta e fácil, o apanágio da nova política monetária.

http://www.cartacapital.com.br/economia/juros-altos-ainda/

Como serão os pagamentos móveis no Brasil

http://www.executivosfinanceiros.com.br/financas/como-serao-os-pagamentos-moveis-no-brasil

Redes sociais mudaram o modo de recrutamento

http://www.executivosfinanceiros.com.br/canais-de-relacionamento/redes-sociais-mudaram-o-modo-de-recrutamento

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Atlas mostra agropecuária cada vez mais moderna - Agronegócio - Gazeta do Povo

Atlas mostra agropecuária cada vez mais moderna - Agronegócio - Gazeta do Povo

Agricultor ganha espaço como vereador e prefeito - Agronegócio - Gazeta do Povo

Agricultor ganha espaço como vereador e prefeito - Agronegócio - Gazeta do Povo

Cooperativas de crédito dão salto de R$ 1 bilhão - Agronegócio - Gazeta do Povo

Cooperativas de crédito dão salto de R$ 1 bilhão - Agronegócio - Gazeta do Povo

Juiz autoriza motorista com habilitação suspensa a dirigir carro - Vida e Cidadania - Gazeta do Povo

Juiz autoriza motorista com habilitação suspensa a dirigir carro - Vida e Cidadania - Gazeta do Povo

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Na Europa, após décadas de estabilidade, jovens sofrem para aprender a lidar com a crise


Cortes bilionários em Portugal e na Espanha reduzem benefícios sociais e investimentos na Educação e na Saúde enquanto cresce o desemprego e a desilusão com o futuro
Últimas grandes vítimas da crise na zona de euro, Espanha e Portugal têm uma geração colocada em xeque diante das medidas de autoridade impostas pela União Europeia para que consigam equilibrar as contas e evitar o colapso do euro.
E ninguém tem sentido tanto o baque quanto o jovem espanhol, que teve no segundo trimestre do ano mais um recorde de desemprego. Dos quase 5,7 milhões sem trabalho em todo o país, 16,8% são de jovens menores de até 25 anos, de acordo com dados do governo. Dentro desta faixa etária, 53% estão parados e, quando conseguem alguma atividade, ela é apenas temporária e paga menos de 1000 euros (R$ 2500), como acontece com Mimi de la Torre, de 22 anos, em Jaen, na Andaluzia, província do sul que amarga a liderança de desemprego em toda União Europeia.
“Nunca tive dinheiro suficiente para fazer o que gosto, como viajar, nem de viver fora da casa de meus pais, ou comprar um carro. É muito complicado para o jovem ter independência econômica. Só consigo viajar agora depois de ter economizado durante um ano.”, diz a jovem, que já trabalhou como garçonete, professora de inglês e em um sindicato, seu único contrato formal.
A família da estudante também conhece de perto o significado de austeridade, . “Meus pais têm algumas ajudas para contratação na lanchonete, mas minha irmã de 28 anos perdeu todos os benefícios para jovens empreendedores e para autônomos. Também ficamos sem uma ajuda por termos uma família numerosa, com três irmãos”.

Jovens protestam em Barcelona, na Espanha, contra cortes de investimentos na área de Educação
Em grande centro como em Barcelona, o retrato pouco muda. “Tudo está mais caro. A universidade, os transportes, a luz, a água, o gás, a gasolina e o IVA (imposto de valor agregado). Divido apartamento com minha namorada e mais dois amigos”, conta o engenheiro e artista de circo de Barcelona, Pau Quesada, de 26 anos, que também viu desaparecer a ajuda de 200 euros (cerca de R$ 500) para aluguel (que chega a 700 euros) garantida pelo governo. “Se você é jovem na Espanha é melhor ir embora. Este é o sentimento que se respira”, afirma.
Engenheiro recém-formado, mas sem experiência, ele conta que obstáculos colocados por empregadores como especializações e diversos idiomas são uma dificuldade extra, e há quem escolha trabalhar como garçom ou balconista para não ficar parado. “As empresas querem engenheiros com experiência, que tenham pós-graduação ou especialização, que saibam falar castelhano, catalão, inglês perfeito e mais um quarto idioma optativo entre francês, alemão, português ou chinês. Isto faz com que uma pessoa que tenha estudos de engenharia, ou de qualquer outra área, vá para o exterior cobrando mais”, explica.
Além da mãe desempregada, outro reflexo direto da crise preocupa o catalão: “Avançaram a idade mínima para a aposentadoria de uma maneira que mesmo que trabalhe até os 67 anos sem parar não conseguiria me aposentar pelo teto.”
Nem mesmo com números de circo, sua atividade paralela, Quesada tem obtido o retorno desejado e conta ter que pular de grupo em grupo para conseguir completar a renda. “Antes era possível viver com um espetáculo próprio ou com uma companhia só, havia subsídios e algumas cidades investiam em festas. Agora não há praticamente nada e demoram um ano para pagar”.
Aceitar o nova ajuda bilionária tornaria mais rígidas as metas exigidas pelos “homens de preto” da União Europeia (segundo expressão usada pelo ministro da Fazenda Cristóbal Montoro). O economista Ricardo Torres, diretor da Norfolk Advisors, vê repetição do erro cometido com os últimos países que foram à UTI por conta da crise: “As pessoas estão endividadas, as empresas estão endividadas e os governos estão quebrados. Desta forma, quando se coloca dinheiro novo apenas para quitar dívida, você não investe na economia, reduz a necessidade de consumo, de produção e provoca uma menor oferta de empregos e, portanto, demissões”.
A piora da situação fez o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy admitir que já não é mais possível pagar as contas com taxas cobradas pelo mercado para empréstimos. Se antes admitia-se que os 100 bilhões de euros (R$ 250 bilhões) seriam suficientes para sanear bancos e retomar confiança do mercado, agora discute-se de que maneira o país será o quarto integrante da zona do euro (após Grécia, Irlanda e Portugal) a passar o chapéu.
A relutância da Espanha em passar o chapéu por um resgate completo sem pensar duas vezes pode ser justificada quando se olha para o outro lado da fronteira. Portugal recebe parcelas do empréstimo de 78 bilhões de euros junto à “troika” (FMI, do Banco Central Europeu e Comissão Europeia) desde abril de 2011 e, apesar da recessão, o PIB já tem contraído menos (de -1,3% no primeiro trimestre para -0,1% no segundo). Mas não sem a tal austeridade.
Com salário de quase 1000 euros (R$ 2500) por mês, o professor de enfermagem José do Poço, de 53 anos, de Vila Real, cidade de 51 mil habitantes ao norte de Portugal relata que quem mais sofre com a crise é da classe média e se endividou com a compra de casas e de carros. Poço conta ter ajudado cerca de 30 alunos a encontrar emprego, principalmente na Suíça.
Se na vida profissional serve de “anjo” e conta ter ajudado cerca de 30 alunos a encontrar emprego -- principalmente na Suíça --, dentro de casa o aperto no orçamento atingiu até hábitos antes considerados essenciais como gasolina. “Hoje quase não uso carro, só bicicleta, mas a moda custa para pegar. Português é orgulhoso, temos o combustível mais caro da Europa, mas tem gente que gasta os últimos centavos para abastecer”, diz.
A saída para os problemas pode estar justamente no Brasil. ”Minha esposa é carioca e está em Portugal há 27 anos. Talvez meus filhos engenheiros, que são luso-brasileiros, tenham que fazer a travessia do Atlântico em sentido inverso”.
Em outra pequena cidade portuguesa, Torres Vedras (79,4 mil habitantes), a estudante pós-graduação, Daniela Miranda, de 23 anos, vê a renda de sua família flutuar entre 800 e 1200 euros (R$ 2000 e R$ 3000) e com cada vez menos ajuda de programas sociais do governo: “Minha mãe tem um salão de cabeleireiro e tem tido visivelmente menos trabalho, já que as pessoas perderam poder de compra e não é um serviço essencial”, conta. O pai, funcionário público, também perdeu férias e uma parte do subsídio de natal.
Para “caber na crise”, além da Educação, que teve bolsas de estudo reduzidas em 200 euros (R$ 500), a estudante conta que houve uma grande revisão nas taxas da saúde, que não eram reajustadas há mais de 20 anos. “Muitas coisas aumentaram mais de 200%, como atestados. A consulta também subiu e querem fechar o serviço de urgência e a maternidade”.

domingo, 29 de julho de 2012

“Vamos discutir política, a alma da democracia” diz Lula em artigo naLinha Direta sobre Saúde


Publicado em 28-Jul-2012


Num momento como esse, em que os principais meios de comunicação do país espetacularizam um julgamento na tentativa de passar para o conjunto da população a ideia de que a vida política do país pode se resumir a isso, é extremamente auspicioso ver a edição da revista Linha Direta, do PT de São Paulo, que traz a questão da política – e das eleições municipais que ocorrerão logo mais, em outubro – para o centro das atenções.


O foco da edição, disponível na internet (clique aqui para acessar) é a questão da saúde no Brasil e no Estado de São Paulo. Nela vocês encontrarão entrevistas com o candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e com o ministro Alexandre Padilha da Saúde. E, também, um artigo do ex-presidente Lula - “Eleições municipais e políticas públicas”. 

O ex-presidente ressalta a importância de debatermos políticas públicas nas eleições. E deixa muito claro o que está em jogo neste 2012: a possibilidade de  consolidarmos um “modo de governar justo, inclusivo e transparente” nos municípios, ampliando o projeto político do PT enquanto alternativa à política neoliberal dominante até a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, que tem nos tucanos e afins seus continuadores na atualidade. Não vão conseguir.

Discussão de políticas públicas é fundamental

Lula ressalta que o PT tem princípios, projeto de poder e vontade política. Que a cada nova eleição, o que está em jogo para nós não é uma simples vitória partidária, mas a continuidade e a consolidação de um projeto político que consegue conciliar crescimento e distribuição de renda, incluir pessoas, alimentar famintos ao mesmo tempo em que desenvolve o país e inserir o Brasil de forma soberana no cenário internacional. 

O ex-presidente Lula convoca a todos para o debate de políticas públicas e para a discussão política. “Nessas eleições, vamos discutir política, pois a política é a alma da democracia. Mas vamos também debater políticas públicas, que são instrumentos para transformar um projeto político em realidade”. 

Neste sentido, da discussão de políticas públicas, a Revista Linha Direta traz uma grande contribuição. Ela analisa também a fragilidade da política conservadora e privatista que está no cerne da visão tucana sobre a administração pública, o que se expressa na incapacidade de solucionar os problemas e na utilização, sempre recorrente, de expedientes propagandísticos para tentar encobrir seja a falta de políticas consistentes, seja a incapacidade de gerir a máquina pública do ponto de vista do interesse da população.

Não deixem de ler esta edição especial sobre Saúde da revista Linha Direta. Vamos politizar este debate e mostrar por que o PT é a melhor opção para o Brasil crescer com inclusão social e soberania.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

As 7 leis dos empreendedores em vendas


A venda é um dos componentes decisivos para o sucesso de um novo negócio. Nesse sentido todo empreendedor tem de ter clareza a respeito da sua estratégia, seu canal de vendas e suas prioridades. Veja abaixo 7 leis que podem ajudar você a ter ótimos resultados de vendas em seu negócio.

A Lei da Reciprocidade
Um clássico do comportamento humano; Quando você faz algo por alguém, este alguém se sente quase que na obrigação de lhe retribuir com algo também. Comece a pensar em sutilezas que você possa fazer pelo seu cliente e verifique o resultado desta estratégia.


A Lei de Maslow
Maslow classificou as necessidades dos seres humanos em grupos e nos ensinou como motivar pessoas acessando estas áreas chaves do comportamento humano. Procure identificar quais são as necessidades dos seus clientes e venda mais. Vale a pena pesquisar um pouco mais sobre o assunto.


A Lei do Rapport
O rapport é uma palavra de origem francesa muito utilizada na programação neuro lingüística; O rapport nos ensina como criar um contexto de semelhança com o nosso cliente e usufruir desta condição de proximidade.


A Lei de Paretto
Paretto foi o homem que através de uma pesquisa identificou que na maioria absoluta dos processos, 20% dos seus clientes respondem por 80% dos seus resultados e com esta informação, você pode elaborar estratégias de manutenção nestes 20% e de crescimento seqüencial nos outros 80%.


A Lei da Performance
A alta performance acompanha a vida de vendedores de sucesso. Mas estudos mostram que a maioria das pessoas não emprega toda sua performance durante a maior parte do tempo. Uma pergunta: Você é um vendedor de alta performance?


A Lei da Comparação
Nosso cérebro atua na maior parte do tempo por comparação e nossas decisões sempre costumam considerar a melhor opção disponível no momento, portanto, se você elaborar uma estratégia eficaz de comparação que permita levar o seu cliente a conclusão de que a opção oferecida por você é a melhor disponível naquele momento, isto é venda certa.


A Lei do Diagnóstico
Vendedores estrategistas não se permitem manter as mesmas técnicas em clientes que não apresentam bons resultados. Um cliente que compra pouco ou um cliente que não compra representa uma excelente oportunidade de você melhorar sua performance em seu setor, desde que você faça um diagnóstico do que não está funcionando e mude a técnica; Uma dica importante em alguns casos é perguntar ao próprio cliente e economizar tempo.


Esta semana reflita sobre isso e triunfe!

Scher Soares

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Selic a 8,5% e o mundo não se acabou

Notícia 1: Com a decisão de quarta-feira passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) trouxe a taxa Selic para o mais baixo patamar da sua existência: 8,5% ao ano.
Notícia 2: com a Espanha em crise total, bancos ameaçados, a própria Espanha ameaçando sair da União Europeia, a taxa básica do país explodiu para... 5,5% ao ano.
A diferença é acachapante. O país ainda pratica taxas de juros estratosféricas. Só agora caminha para uma taxa básica apenas muito elevada - não escandalosamente elevada.
Desde agosto o Banco Central vem perseguindo essa redução de juros. No início, enfrentando o alarmismo inconsequente  de analistas financeiros e comentaristas de rádio e TV.
Em outros momentos da história, esse alarmismo sempre logrou manter a Selic em patamares escandalosos. E sempre as mesmas figuras - Mailson, Loyolla, Blanche, Tendências - acenando com o fim do mundo, com a volta da hiperinflação e outros fantasmas.
O que levou o BC, agora, a derrubar a taxa Selic foram os mesmos fatores que deveriam ter levado à queda da Selic em 2008: queda na atividade econômica, reduzindo as pressões sobre preços. Mas, naquele tempo, em plena crise, o BC - presidido por Henrique Meirelles mas tendo, entre seus diretores, o atual presidente Alexandre Tombini - subiu os juros, ao invés de descer.
Há muito se sabe que é mínimo o efeito da Selic sobre os índices inflacionários. Ela pouco impacta taxas de juros (cujo spread é imensamente superior às variações da Selic), e, por conseguinte, níveis de estoque, de demanda.
Mas são imensos os estragos sobre os recursos orçamentários - tirando dinheiro de investimento, saúde, educação, segurança para pagar juros.
O BC de agora não ficou mais sábio do que o dos tempos de Meirelles. Apenas sua orientação política - no melhor sentido da palavra - mudou. Mudando, deixou de ser prisioneiro de falácias monumentais, brandidas diariamente por analistas pífios.
Por exemplo:
1. Passou a aceitar que as medidas prudenciais (as que impactam diretamente o crédito) são muito mais eficazes que a elevação da Selic.
2. Constatou o óbvio: que, a não ser por alguma pressão sobre serviços, a inflação brasileira é fundamentalmente influenciada pelos preços internacionais de commodities e por indexação de contatos - sobre os quais a Selic não tem nenhuma interferência.
O desafio, agora, será impedir um crescimento pífio do PIB este ano. Terá que suar muito:
1. O consumo interno garantiu o PIB dos últimos anos. Daqui para frente, seu crescimento será cada vez mais próximo do crescimento do PIB. Há um primeiro salto, quando ocorre a mudança nos hábitos de consumo das classes incluídas. O primeiro salto esgota parte da capacidade de contrair financiamentos.
2. Bens de consumo durável e cadeias podutivas continuam sob fogo intenso dos importados. Por enquanto, o novo nível do dólar não segurará a invasão externa. Muito menos permitirá aumento das exportações de manufaturados.
3. Resta a perna do investimento. É por aí que o governo aposta todas as suas fichas. Anunciou um conjunto de medidas de apoio. Mas serão necessários alguns meses ainda para que os empresários acreditem que a nova etapa - crescimento baseado em investimentos - já se consolidou.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Baixa de Juros x Cooperativas de Crédito


    Nos últimos dias acompanhamos na mídia vários movimentos de baixa de juros pelos bancos públicos dentro de uma estratégia de governo, e posteriormente por alguns bancos privados. Nesse momento é importante entender as estratégias que tem por traz disso:
    - Para o Governo – o Governo por ser “dono” dos  bancos públicos decidiu que os mesmos deveriam baixar os juros para pressionar os bancos privados. Ter um nível de juros mais baixo do que os patamares existentes hoje são importantes para desenvolvimento do país na visão do governo. Outro objetivo do governo com a baixa nos juros é manter o nível de consumo dos brasileiros em alta para o crescimento do País se manter e não gerar crise econômica.
    - Para os bancos públicos – No ano de 2008 quando ocorreu uma grande crise mundial os bancos públicos já usaram essa "jogada",  baixaram os juros e liberaram mais créditos para os brasileiros e com isso ganharam em torno de 12% do mercado de crédito dos bancos privados. Nesse momento os bancos públicos estão utilizando a mesma estratégia, que é diminuir os juros de algumas linhas de crédito e oferecer mais dinheiro para os tomadores de crédito. O que tem de novo na proposta deste ano é que o banco não abriu isso para todos os clientes, mas, usou parâmetros para facilitar o crédito e cobrar menos juros dos clientes do banco que oferecem menor risco, e está repassando essa redução aos clientes por meio de reajuste tarifário.
    Segue abaixo um resumo de critérios que o tomador de crédito deve ter para se enquadrar nas novas taxas dos bancos:
- Assalariados que recebem salário no próprio banco;
- Aposentado/pensionista que recebem o benefício no próprio banco;
- Clientes com nível de risco classificado pelo banco de no máximo “B”;
- Micro e pequenas empresas que tenham negócios com o próprio banco;
    Outros fatores relevantes são os valores e o prazo de financiamento. Por exemplo: no financiamento de veículo com taxa reduzida, além de ter que se enquadrar nos critérios acima, para financiar com taxa mínima só é possível fazer em poucas parcelas.
    - Para as Cooperativas Crédito – tradicionalmente as cooperativas já operam com taxas iguais e menores das anunciadas pelos bancos. Para melhor dialogar com os cooperados sobres a mudanças de juros, os Funcionários e Diretores devem estar preparados para abordar os cooperados e informá-los sobre as mudanças, deixando o cooperado ciente de que o alvo da mudança é um público muito reduzido de pessoas.
    Com o objetivo de dar maior visibilidade para associados sobre as taxas de juros que a Cooperativas praticam, essas vem constantemente ajustando produtos para que seja cada vez mais competitivos e adequado a demanda de seus cooperados. Abaixo segue alguns diferenciais que devem ser analisados pelos tomadores de crédito de cooperativas a fim de comparar os produtos:
- Fidelidade nas cooperativas vale "ouro" - as cooperativas possuem programa de relacionamento que proporciona um deferencial para cooperados que tem maior aderência aos produtos e negócios e com ela, quanto mais o cooperado movimenta com sua cooperativa, mais benefícios ele tem;
- Ter um bom histórico de negócios - faz com que as taxas de juros de empréstimos sejam até 30% menores que o crédito normal;
- IOF  Imposto sobre Operações Financeiras  - nas Cooperativas de crédito é 09 vezes menor em relação aos bancos. Os bancos retêm 3,38% de IOF, enquanto, as Cooperativas de crédito apenas 0,38%., como exemplo, em uma operação de R$ 10.000,00 parcelado em 36 meses a economia pode chegar a R$ 925,96 para o cooperado.
- Juros menores - Um dos motivos para a taxa de juros ser menor que a média cobrada pelos bancos é que o dinheiro dos empréstimos vem dos próprios cooperados, o custo é baixo.
    O objetivo da cooperativa de crédito, não se restringe somente no serviço de ser um agente financeiro, sujeito às oscilações do mercado, mas principalmente, de satisfazer às necessidades individuais de seus cooperados que apostaram na concepção do negócio, em sua viabilidade, e que são partícipes de sua eficácia, através da implementação de ações coletivas. Há que se considerar ainda outros benefícios tangíveis oferecidos pelas cooperativas de crédito, tais como: empréstimos e financiamentos com taxas menos onerosas que o sistema bancário tradicional.


Flávio Marcos da Silva
http://flaviomarcos-pr.blogspot.com
twitter: @flaviocresol

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Sul é uma vítima da própria prosperidade?



Nesta entrevista a AMANHÃ, o economista catarinense Idaulo Cunha cobra mais atenção do governo federal aos três Estados do Sul e sustenta que a região é vítima da imagem de autossuficiência

Até 2015, os Estados do sul devem receber investimento superior a R$ 1,3 trilhão em infraestrutura.A estimativa está no Plano Plurianual das federações das indústrias de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que prevê o aporte necessário para abrir os chamados “fluxos possíveis” – caminhos alternativos para escoamento da produção industrial. 

No entanto, captar o aporte financeiro e agilizar as obras não deverá ser uma tarefa fácil. Segundo o economista e escritor catarinense Idaulo Cunha, o governo federal deveria ser o grande investidor em obras de infraestrutura. Deveria, mas não é.  “O caso de Santa Catarina pode ser o mais grave da região em função do menor peso político na esfera federal e pelo preconceituoso posicionamento de que o Estado já conquistou posição de destaque no Brasil”, analisa. 

Para Cunha, uma das principais dificuldades reside no fato de o Brasil ainda não ter enxergado com clareza que o modelo tecnológico-organizacional dos anos 90 mudou radicalmente. “Construir capacidade competitiva sustentável e competir com países asiáticos que estão dominando o mercado mundial exige uma nova visão do mundo e reconhecer que o Brasil é apenas uma média potência, com baixa taxa de crescimento real”, acredita.

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista de Idaulo Cunha à redação de AMANHÃ:

Como você vê a situação de Santa Catarina  com o fim da “guerra dos portos”? 
Creio que o porto mais afetado será o de Itajaí, que realmente foi inflado para aproveitar as benesses da diferenciação do ICM. O ajustamento deverá custar empregos, receitas do Estado e impactará toda uma cadeia de serviços criada pelo artifício fiscal.

A “proliferação” de terminais portuários no litoral catarinense tende a continuar? 
Não considero que os portos de Navegantes e o de Itapoá tenham sido concebidos para se valer do diferencial de ICMS que beneficiava os portos catarinenses em geral. Eles têm suas bacias de captação de mercadorias e são complementares aos de Itajaí e São Francisco, respectivamente. Já a reativação do porto de Imbituba, outrora o escoadouro de carvão e de outras mercadorias produzidas no sul catarinense, pode sofrer colapso, pois os produtos de cerâmica perderam competitividade no mercado mundial e quando muito manterão as atuais quantidades exportadas. 

Quais os maiores gargalos logísticos de SC?
Unidades federativas como os três estados sulinos são ferreteadas pelo descaso do governo federal, que deveria ser o grande investidor em obras de infraestrutura essenciais para a manutenção da capacidade de competição na arena mundial- rodovias, aeroportos, portos. O caso de Santa Catarina pode ser o mais grave da Região pelo menor peso político na esfera federal e pelo preconceituoso posicionamento de que o Estado já conquistou posição de destaque no Brasil. A BR 101 está incompleta e, mesmo antes da sua conclusão, já tem trechos que exigiriam mais duas pistas. A BR-470, de Blumenau a Lages, está defasada.  Os portos de Navegantes e de Itapoá foram construídos e são operadas pela iniciativa privada. O governo federal trata Santa Catarina como um péssimo padrasto.

No Rio Grande do Sul, os governos federal e estadual prometem investir quase R$ 5 bilhões nos próximos quatro anos em rodovias. Qual a situação das rodovias catarinenses? 
Já descrevi anteriormente o que avalio em relação a grandes obras viárias requeridas para realavancar o poder de competição de Santa Catarina e as respostas dadas concretamente pelo governo federal - um caos. A atual dobradinha político-partidária PT no governo federal e no Rio Grande do Sul até poderá transformar planos mirabolantes e midiáticos em obras reais, mas tenho minhas dúvidas. O insucesso do conjunto de coisas diferentes que compunham o épico PAC e seu filhote PAC2 são provas suficientes para duvidar da efetividade do conjunto de obras que beirariam os US$ 3 bilhões. 

Como você avalia a infraestrutura logística de Santa Catarina na comparação com Paraná e Rio Grande do Sul? 
Não consigo encontrar diferenças substantivas, pois o nó górdio  é o governo federal. Sobre a alocação de recursos federais para investimentos, os Estados pouco podem influenciar, já que o nível de investimentos brutos sobre o PIB é de apenas 19% e as sobras orçamentárias são disputadas com critérios não ortodoxos.

No Brasil, a cultura do “rodoviarismo” é notória. Como incentivar o multimodalismo e democratizar o transporte de cargas? 
Em diversos períodos foram realizados esforços para iniciar o uso racional das vias de transportes, mas as iniciativas foram episódicas e limitadas.  O Brasil não tem plano de desenvolvimento e não enxergou com clareza que o modelo tecnológico- organizacional que prevaleceu até meados dos anos 90 mudou radicalmente. Construir capacidade competitiva sustentável e competir com países asiáticos que estão dominando o mercado mundial exige uma nova visão do mundo e reconhecer que o Brasil é apenas uma média potencia, com baixa taxa de crescimento  real. 

Em sua opinião, a situação das hidrovias, ferrovias e aeroportos catarinenses é satisfatória? 
Absolutamente, já acentuei que nosso Estado é tratado com desconsideração pelo Governo Federal, que é o detentor da massa de recursos que poderia ter melhorado o sistema infraestrutural do Estado. O Sul em geral é vitima do seu próprio processo de desenvolvimento diferenciado. Montou um parque produtivo lastreado no setor industrial e uma  agricultura voltada ao mercado externo. Em ambos os setores as atenções do governo federal são de desdém, pois as prioridades voltam-se a projetos para o futuro- petróleo, resgate do Nordeste, minérios em geral.  O Sul é considerado como autônomo e autossuficiente. Daí o descaso àquela região que é, pelo seu trabalho, um exemplo para o Brasil, mas que está perdendo competitividade pela omissão e falta de competência do governo federal.

Mais informações sobre a infraestrutura e indicadores econômicos de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul você encontra na edição A Força do Sul, que chega às bancas nesta semana.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Eleições na França - François Hollande e o “milagre alemão”


A vitória do socialista François Hollande na eleição presidencial francesa vem sendo apontada como o sinal de um verdeiro “renascimento” na e da Europa. Na Europa: a esquerda renasce das cinzas. Da Europa: num continente prostrado pelas políticas recessivas, pela secagem dos investimentos públicos, pela adoção de impostos que punem a classe média e os mais pobres em favor dos mais ricos e das grandes empresas, sem falar no sistema fincanceiro, renasce a esperança de reversão desse quadro dantesco. (É verdade que houve também mudanças nas eleições gregas; mas este é um caso à parte, que merece análise mais cuidadosa e detalhada mais adiante, antes de qualquer euforia, mesmo que tímida).
Acena-se assim com a possibilidade de um verdadeiro “risorgimento” europeu a partir da França, um renascimento, uma reaparição, um desabrochar primaveril depois de um longo e tenebroso inverno.
É, mas nem todos pensam assim. A começar pela França, onde vozes da direita levantam a idéia de que agora, com Hollande, “quem vai mandar é a CGT”. É a velha justificativa/tese/fantasma da República Sindical que a direita sempre esgrime – do golpe de 64 às margens do Sena, agora em 2012. Para os adoradores da Escola Austríaca de Economia, quem imperam nas escolas do ramo na Alemanha e nos recônditos gabinetes da Comissão Européia e do Banco Central Europeu, com seus gurus von Hayek e von Mises por detrás dos altares, o que periga acontecer é não só por-se em risco o sacrossanto pacto fiscal europeu, como haver uma gigantesca regressão de 40 anos, quando as políticas públicas eram “infectadas” (sic) pelas bactérias, protozoários e virus keynesianos. Ao invés de um “risorgimento”, haveria uma “regressione apocalittica”.
A menina dos olhos dessa nova versão de “pensamento único” é a economia alemã e sua atual estrutura, apontadas ambas como exemplares para o mundo inteiro, sob o nome de “o milagre alemão” (como no Brasil houve um “milagre” nos anos 70, lembram?). Entenda-se que “esturutura” é um conceito que induz o senso comum a pensar em algo estático – como um esqueleto. Longe disso: um esqueleto é uma estrutura porque se movimenta – no espaço, de modo articulado – e no tempo, em que nasce, cresce, e até morre. Uma estrutura, portanto, tem uma dimensão sincrônica e outra diacrônica, tem também um sentido de tendência. E para aquele “pensamento único” a estrutura da economia alemã atual é a boa tendência, saudável e asséptica, que deveria se espraiar pelo mundo para combater a “infecção ou virose keynesiana”.
Essa é a pedra no caminho que Hollande vai ter de enfrentar.
Recentemente a revista alemã Der Spiegel, que hoje está longe de ser de esquerda, publicou um diagnóstico muito interessante da estrutura da economia alemã. Chama-se, em ingles, “The High Cost of Germany’s Economic Success”. O artigo trabalha com uma série de comparações entre dados do emprego e da renda do trabalho de 1990 para cá. A tendência estrutural que desponta é a da desregulamentação das relações de trabalho em vários sentidos – sempre contra os trabalhadores, ainda que a pretexto de oferecer ampliação da oferta de empregos.
O primeiro dado que chama a atenção é o aumento significativo dos contratos chamados de “tempo parcial” (“Part Time”) em detrimento dos de “tempo integral” (“Full Time”).
Em 1991 estes eram 29,4% dos contratos; em 2011, 23,9%; uma queda de 19%. Já os Part Time eram 5,8% em 1990, e em 2011, 12,6%: um aumento de 117%.
Os contratos chamados de “non traditional contracts”, ou seja, que não rezam a cartilha integral das leis trabalhistas, eram 22% em 2011; em 2010 chegaram a 33,3%, num aumento de 51%. Mas o dados mais impactante é que entre os jovens de 15 a 24 anos esses contratos eram 19,5% em 1997, subindo para 39,2% em 2007, aumentando 101% em 10 anos.
Mas tem mais. A remuneração de empresas e investimentos financeiros subiu 50% entre 2000 e 2011, embora levasse um tombo logo depois da crise de 2007/2008. Já a remuneração total do trabalho subiu 19% no mesmo período.
Outro dado significativo: o salário médio dos trabalhadores decresceu 3% entre 2000 e 2011. Mas, dentro dessa massa salarial, o salário médio dos trabalhadores que tiveram seus contratos negociados coletivamente através de seus sindicatos subiu 6%. Ou seja, a dos outros decesceu mais ainda.
Uma outra forma de emprego que cresceu dramaticamente, além do contrato “Part Time”, foi a do chamado emprego temporário, por prazo fixo ou tarefa. A tabela da remuneração (ainda que alta para um padrão brasileiro, é claro) é significativa nas discrepâncias.
O salário médio bruto do conjunto de trabalhadores sem treinamento é de 2.331 euros/mês. O de um temporário, 1.253 euros. Com treinamento (qualificado, a gente diria), no geral, 2.750 euros; temporário, 1.528. Com treinamento e diploma universitário, 4.613 euros e 3.064, respectivamente.
Nessa adoção de “non traditional contracts”, subiu muito o número de trabalhadores cujo contrato de emprego é terceirizado. O que isso quer dizer? Isso significa que se alguém vai trabalhar numa montadora de automóveis, o contrato não é assinado diretamente entre o trabalhador e a empresa, mas entre ele e uma agência de empregos, que o aloca naquele posto de trabalho – em geral de tempo parcial ou de função temporária. A implicação dessa forma de contrato é que esse trabalhador fica fora de quaisquer bônus ou participação nos lucros pagos pela empresa, além de outras compensações. Aliás, se a participação nos lucros faz parte do cartão de visitas do capitalismo alemão, apenas 9% das empresas têm esse sistema de remuneração.
Isso tem feito muitos sindicatos alemães, como dos metalúrgicos, o IG Metall, lutar para que as vantagens obtidas pelos trabalhadores regulares sejam estendidas aos outros – de tempo parcial, temporários ou terceirizados, ou tudo isso ao mesmo tempo. Isso também é uma maneira de aumentar a representatividade dos sindicatos, num momento em em que a tendência estrutural é diminui-la, senão sabota-la.
Um dos problemas para o mundo sindical tradicional é o surgimento dos “sindicatos de nicho”: organizações que representam apenas um grupo ou setor de trabalhadores – normalmente mais qualificados que outros – dentro de uma única empresa. Isso tem ocorrido com freqüência em relação a trabalhadores cuja substituição seja onerosa para a emrpesa, pelo treinamento requerido – caso, por exemplo, de maquinistas de trens ou de pilotos de avião.
Outro fator estrutural negativo – mas positivo aos olhos da ortodoxia econômica – é a ausência, na Alemanha, de um salário mínimo – coisa que até a chanceler Angela Merkel disse que é necessário rever. Mas a resistência é grande. Para dar uma idéia, se o mínimo proposto de 8,50 euros por hora fosse adotado, haveria um aumento salarial imediato para 15% dos homens e 25% das mulheres, fosse qual fosse seu regime de contrato. O mínimo pode ser negociado apenas num contrato coletivo pelos sindicatos – com a desvantagem de que os trabalhadores terceirizados ficam de fora. Uma luta que acabou sendo assumida pelos sindicatos mais poderosos – não sem alguma resistência – foi a de que os mínimos obtidos por categoria sejam também estendidos aos terceirizados. A resistência nasce da Síndrome de Arca de Noé que também atinge os trabalhadores – aquela sensação de que não há espaço para todos no barco, então “quem está fora não entra”, porque vai certamente tirar o lugar de alguém que já está dentro.
Os setores mais atingidos pela depreciação salarial têm sido o dos comerciários, o da gastronomia, os professores, os funcionários públicos e os terceirizados de um modo geral.
Outros fatores – além da redução de aposentadorias, pensões, seguro desemprego – a aumentar a desigualdade na sociedade alemã (apontada não como a maior, mas como a que mais cresce na Europa) são o desequilíbrio de remuneração – os bonus e outras vantagens de altos executivos, sobretudo no setor financeiro, continuam estratosféricos – e as alterações na estutura dos impostos.
Helmut Kohl, o chanceler democrata cristão que conduziu a reunificação, eliminou o imposto sobre grandes fortunas, também uma marca da social democracia local. Em compensação seu sucessor social-democrata, Gerhard Schröder, reduziu as alíquotas de imposto de renda para os que ganham mais.
Em conseqüência dessas alterações, a desigualdade se acentuou no que toca, por exemplo, ao seguro saúde obrigatório. A parcela máxima sobre a qual se paga o seguro saúde é de 45.900 euros anuais. A partir daí o imposto não incide. Isso significa que um engenheiro que ganhe 150.000 euros anuais vai pagar 6,6% de seu salário como seguro saúde. Um trabalhador não qualificado, no piso da escala, que ganhe 15.000, paga 20,7%.
De um modo geral, esse é a nova pedra – uma parede na verdade – ou quem sabe, o novo muro de Berlim – que o socialista François Hollande terá de enfrentar para fazer valer sua agenda infectada de keynesianismos: crescimento, empregos e prosperidade para todos, além de combate às discriminações.
O crescimento da desigualdade na sociedade alemã chegou a tal ponto que houve quem, de modo preocupado, recomendasse recentemente que o país retomasse o imposto sobre grandes fortunas e aumentasse a taxação dos altos lucros e rendas.
Quem foi?
A Linke? O Partido Comunista? François Hollande? O PT? Hugo Chavez? Evo Morales? Fidel Castro?
Nenhum dos anteriores.
Foi o FMI.